Eu achava que Nárnia fosse só mais um universo mágico do qual eu ficaria de fora, mas eu estava equivocada. O silêncio da neve, os rios congelados, um suspiro que vem sem avisar.
Aquele momento que lembro de livros, poemas, filmes, fotografias e pinturas que cruzam meu peito sem dó, nem piedade - oh! that work of art . E quero viver tais obras, encarando a linha do horizonte em momentos decisivos, vestindo o mistério e a sensualidade de um filme noir, destacando a graça de toutes les petites choses . Eu quero o suspiro, aquele suspiro que quase deixa escapar uma lágrima. Amanda Bianchini Moresco, 29, Brasileira/Italiana, Aquariana, English teacher. Mergulhe nas postagens se quiser me conhecer melhor. @mandmoresco
Eu devia ter uns 12 anos quando descobri este fenômeno: competição de quem lê mais livros. Aquilo que antes tinha o propósito de ser instrutivo e prazeroso, um momento para relaxar e se deixar transportar, passou a ser mais uma forma de se destacar, de se sentir superior e, obviamente, de inferiorizar colegas de classe. Era a hora do recreio no pátio da escola, e eu e minhas amigas tínhamos vergonha de brincar e correr livremente, afinal de contas, éramos mulheres . A maioria das meninas da nossa turma já havia menstruado, e não era tarefa fácil correr com um absorvente grudado na calcinha. Portanto, sentar de pernas cruzadas e competir em discursos passivos e venenosos era mais conveniente. Por incrível que pareça. Terminei de ler Harry Potter e a Câmara Secreta - um sorriso contente dominava meu rosto. Pfff - Minha colega joga seus cabelos para trás com as costas da mão - eu já li esse livro duas vezes e depois li a versão em Inglês. Meu sorriso despenca e cai entre as fre
Eu estou sempre analisando comportamentos a minha volta. O conteúdo do que a pessoa está falando. A forma como ela expressa suas ideias. Os desenhos que suas mãos traçam no ar. O volume da voz. E enquanto essa pessoa fala, aproveito para dar uma olhadinha nas pessoas a seu redor. Eu gosto de ver quem está escutando - realmente escutando. Você descreveu tudo o que aconteceu nos mínimos detalhes - tia Udila se referia a um post do meu blog - Eu não teria me lembrado de metade do que aconteceu naquele almoço . Minha tia acha que eu levo jeito com as palavras como se essa competência fosse uma espécie de dom divino, mas o que dá cor, aroma e sentimento aos meus relatos é a arte de escutar. Eu nem sempre fui uma boa ouvinte, e me lembro muito bem do desejo incontrolável de falar que tomava conta do meu corpo até pouco tempo atrás. Era uma obsessão. Eu tinha que falar sobre mim, e sobre como as coisas também aconteciam comigo, sobre como minha vida também era excitante, sobre como eu tam
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